sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Os gatos também miam!


Quando fui buscar uma gatinha bébé, a uma associação de protecção de animais, a assistente pergunta-me:
- Sabe que os gatos miam?!
Não tendo percebido a pergunta ela explica que no dia anterior foram entregar um gato, porque miava, e um cão, porque fazia cócó!
Perante esta novidade, hesitei e pedi se podia lá passar no dia seguinte. Atarantado, fui depressa a uma loja de chineses, para comprar um gato de porcelana…não havia.
A empregada da loja mostrou-me, em alternativa, um Dálmata em porcelana lustrosa, mas o meu olhar recaía sobre um Falcão em barro a bom preço e com a garantia de que não fazia barulho nem satisfazia as suas necessidades fisiológicas…o horror surgiu quando a empregada me diz que se a peça cai, desfaz-se em cacos! O que eu sofreria depois de ganhar afecto ao Falcão em barro…!
Estava dividido entre um animal, que estranhamente reage fisiologicamente como nós e uma peça de porcelana, que caindo parte-se em mil pedaços.
Fui pesquisar e aprendi que no mundo animal, os seres emitem sons para comunicar e demonstrar sentimentos e curiosamente todo o animal que se alimenta e hidrata, tem um sistema digestivo e urinário por onde expele e desintoxica o corpo!
Fez-se luz, aqueles pedaços de lama, de formas variadas, que ocasionalmente calco, afinal são cócós de animais! Pus todo o meu calçado a lavar!
Com urgência, fui falar com a minha mãe que recentemente tinha adoptado uma gata. 
- Mamã, a gata caga! - anuncio-lhe com uma certa aflição e com uma linguagem nada cuidada.
- Tento na língua, Zé! Claro, e tu borravas-te todo quando eras bébé, mais do que a Camila (a gata)!
- E não me devolveste? – pergunto, espantado, com tanta informação nova.
- Devolver a quem? De volta para o escroto do teu pai, em forma de espermatozóide?!
Após alguns argumentos e contra argumentos com a minha mãe, percebi que as pessoas de quem mais gostamos dão trabalho para cuidar, mas é recompensador, e isto aplica-se aos animais, também!
De regresso a casa, paro a olhar para o Falcão em barro, instalado na montra dos chineses e a pensar “Que boa companhia esta ave me faria!”.
Entretanto sinto um respirar ofegante. Olho para baixo e vejo um cão de porte médio, a olhar para mim, de língua de fora e com uma expressão de compaixão, como se tivesse pena de mim:
- Eu vivo melhor do que tu, cão! – digo-lhe, sem que ninguém tenha reparado.
No caminho de casa faço nova paragem, desta vez na associação de protecção de animais e enquanto espero entra um jovem, casado, a devolver uma gata, explicando que ele até gostava mais ou menos da gata mas…fazia chichi, para pena dele e da mulher! A assistente recebe a gata e afasta-se, lamentando-se. Este jovem há pouco tempo tinha devolvido um pássaro e desta vez devolve uma gata!
Para mim abriu-se uma janela de oportunidade e pergunto:
- Sra. Assistente, posso levar um animal à experiência? Pode ser que tenha a sorte de levar um animal que não faça barulho, nem porcarias!
A assistente, cansada destas situações, telefona para uma clínica psiquiátrica, para denunciar o meu caso, mais um de Estupidez Compulsiva, dos vários que acontecem naquela associação.
Com receio do internamento, corro para casa, e a 2 metros e 58 centímetros da porta de entrada, tropeço e caio. Quem passava ria-se, e eu envergonhadamente, deitado, mexia os braços e as pernas, para me certificar dos danos motores no meu corpo. De repente sinto uma lambidela no braço…era o mesmo cão que me mirava na montra dos chineses e me lambia a ferida…o único ser que passou por mim e em vez de se rir, auxiliou-me!
Olhei para o cão e perguntei-lhe:
- Queres entrar?
O cão, com os olhos, respondeu-me: - Se não me voltares a abandonar!

Desde então percebi que as notícias de homens a maltratarem o seu semelhante e os animais a darem a vida pelos seus donos, não é ficção!
Desde então percebi que aquele cão nunca iria retribuir o mal que lhe pudesse fazer e sempre gostaria de mim, incondicionalmente!

No dia seguinte, com certeza, fui à associação de animais buscar a gatinha bebé!

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Estórias do dia da Greve.


Venâncio Neves é um jovem, na casa dos trinta anos, pouco amigo do trabalho, que por achar o seu nome pouco jovem, quando lhe perguntam:
- Como te Chamas?
- Eu sou o Quim Zé! – responde.
De tanto ouvir falar na falta de emprego, ele próprio se queixa, mas sem nunca ter procurado trabalho e nem mesmo emprego…chegou a ponderar seguir “artes circenses” no ”Chapitô”, mas atirar bolas ao ar com mestria malabarista causa-lhe tonturas!
Venâncio Neves, ou melhor, o jovem Quim Zé é um ser com um ideal político romântico…é apologista da corrente “Paz e Amor” numa sociedade aberta às drogas e ao álcool e de um Estado com uma estrutura de apoio social forte a pessoas como ele, que à semelhança de outros bons filhos da sociedade tem uma caraterística identificativa…Quim Zé é um revoltado com tudo, apesar dos pais nunca lhe terem faltado com o que é importante…comida, cama, carinho e educação!

Hoje é 14 de Novembro de 2012, dia de Greve Geral. Quim Zé acorda bem cedo com o barulho que os pais fazem ao sair para trabalhar. Vira-se para o outro lado e continua a dormir.
O Sr. João e a Dona Augusta trabalham juntos, numa empresa de transportes. À chegada, são travados por um piquete, que no desempenho do seu direito à greve, querem forçar o Sr. João e a Dona Augusta, ao dever da mesma. Amedrontado, o casal avança para o local de trabalho debaixo de alguns insultos, com a consciência e alívio de que desta vez até correu bem…não foram insultados mais de três minutos, nem foram alvo da brincadeira de infância “estátua para todos”!

Estamos a meio da manhã e o país está atrasado. Ninguém chegou a horas ao trabalho nem às aulas e o Sr. Manuel Portugal perdeu mais uma consulta, que para seu azar, calha sempre em dia de Greve Geral... A Greve começa a ter os resultados de sempre…tramar a população! O Sr. Manuel Portugal virá a falecer na próxima Greve Geral…desculpem…na próxima consulta perdida!

São 14H30M, Quim Zé após o almoço, vai ter com os amigos Antero Cunha e Armando Alves, que preferem ser tratados por Luís Vaz e Zé Maria e partilham o ideal de uns sustentarem os outros, em que eles têm o direito a ser sustentados, mas cumprem o dever de se sentirem indignados!
Fumam uns charritos e bebem umas Super Bock’s!

São 16H, os pais de Quim Zé estão a poucas horas de terminar o dia de trabalho. Nas avenidas de Lisboa uma torrente de “formiguinhas” manifesta-se, comandada pelo novo galo, o Arménio, que de crista ao alto, cimenta as suas patas no poleiro, enquanto as “formiguinhas” mais privilegiadas gritam mais, como se fossem mais injustiçadas que as outras! Quim Zé e os amigos divertem-se na esplanada a ver o galo da capoeira e seu exército de “formiguinhas” a passar!

São 19H, Quim Zé regressa a casa para jantar. Os pais só vão chegar às 23H30M, devido à falta de transporte, estafados e a pensar já no dia seguinte de trabalho.
Quim Zé espera até às 19H30M e quando se apercebe que não vai jantar uma refeição quente feita pela mãe, revolta-se. Coloca uma máscara do Pato Donald, utilizada no carnaval de 1988 e vai para a frente da Assembleia da Republica, onde já estão alguns mascarados a atirar pedras à POLÍCIA DE CHOQUE. “A mãe destes também não lhes deve ter feito o jantar!”, pensou Quim Zé, e começa a apedrejar a Polícia!

Como ir ao cinema é caro, um novo hobby surgiu, que consiste em ir para a Assembleia da República no final das greves e manifestações assistir ao espetáculo da “calhoada” á Polícia!
A assistência ia crescendo, como que a concordar com aqueles atos. Quim Zé e os outros mascarados sentiam-se animados/incentivados para continuar a agredir a autoridade e a destruir o que é de todos e que todos vão pagar!
Quim Zé sente um toque nas costas. É um senhor que assiste a tudo avidamente, de mão dada ao filho, a alertá-lo:
- Ó jovem indignado, aquele polícia ali ainda não levou com nenhuma pedra da calçada! Só levou com garrafas!
- Ai não! Vai já levar com algumas! – responde Quim Zé, prosseguindo – Obrigado, meu bom homem!

Neste momento o cenário é constituído pelos mascarados, a atirar pedras à POLÍCIA DE CHOQUE, os voyeurs da selvajaria, que se vão acumulando atrás dos mascarados, a POLÍCIA DE CHOQUE nos degraus da Assembleia da República e lá dentro os (i)rresponsáveis do país!

XXHorasYYMinutos, após aviso, a POLÍCIA DE CHOQUE avança! “Carga brutal”, afirmam os voyeurs, que já não podem assistir ao espetáculo descansadinhos como quem vê um filme no cinema, e que não percebem o mal de ser apedrejado!
Estas pessoas que assim se divertem alimentam o que há de pior na sociedade, e argumentam ao estilo dos espetadores não assumidos do “Big Brother”, condenando e criticando os arruaceiros, mas não resistindo a assistir a tudo com voracidade e deleite, criando público para mais um “Big Brother”!

Entre os mascarados, os voyeurs da selvajaria, os políticos e a polícia…são estes últimos, quando precisamos de auxílio, que acabamos por chamar!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

National Geographic.


Desde que me lembro como pessoa, sempre gostei muito de animais, mesmo daqueles mais feios, que de tão feios até os acho bonitos…só não gosto da classe de animais que deseducam as crianças e maltratam os outros animais!
Mas os que mais me fascinam, apesar de não darem ao rabo, nem me lamberem a cara, são as aves. Apesar de ter os pés bem assentes na terra, ao observá-las, sinto-me a kms do chão e deixo-me levar…mas rapidamente me perco no meu voo sonhador! Aí me pergunto”Como é que elas atravessam continentes, sem se perderem?!”.

Esta pergunta foi o gatilho para um estudo que fiz para a National Geographic, sobre a passarada que vive e que atravessou Portugal nas últimas décadas.
Convém esclarecer que as migrações são fenómenos voluntários e intencionais com carácter periódico, com o objectivo de encontrar alimento e boas condições meteorológicas (este parágrafo é plágio).
No séc XX, até à década de setenta, a ave mais comum em Portugal era o Tuga Manso, de penugem negra e cinzenta, que se reproduzia em larga escala. Curiosamente, ao contrário das outras espécies de aves, na altura das migrações, apenas uma parte da população Tuga Manso migrava, tendo como principal destino as terras de França e Alemanha, ou então atravessava o Atlântico para o Brasil ou Venezuela, baralhando completamente os cientistas que estudavam as rotas migratórias. A ave Tuga Manso, ao contrário das outras espécies, não migrava em grupo, nem para o mesmo sítio, com a bizarria de que as aves que se instalavam em França, ficavam com um chilrear estranho!
Em meados dos anos setenta, um parente próximo do Tuga Manso, que tinha iniciado migrações décadas antes para países da costa africana, faz um voo de retorno a Portugal. Refiro-me ao Tuga Manso Africanus, uma ave com penugem de coloração mais clara, que devido à falta de alimento e destruição dos seus ninhos por parte da passarada autóctone africana, foi obrigada a “dar à asa”!
Durante as décadas seguintes instalam-se em território nacional as espécies Tuga Manso, Tuga Manso Africanus e o Mocho Africano, espécie autóctone de África, que perseguiu o Tuga Manso Africanus, e o sempre presente desde há séculos em território português, o Melro Cigano, com um “cucurruuuu!” de fazer inveja por esses galhos fora!
Com o passar do tempo as duas primeiras espécies misturam-se, constroem os seu ninhos e continuam a procriar, enquanto o Mocho Africano penica como pode, e o Melro Cigano aproveita a ausência do Tuga Manso para ir comer ao seu ninho.
Na segunda metade dos anos oitenta e durante toda a década de noventa, ventos fortes vindos do centro da Europa, empurravam consigo sementes que pousavam em território dominado ainda pelo Tuga Manso. Atrás deste vento que carregava alimento veio a mais famosa ave de rapina de leste, o Falcão Ucraniano e passado não muito tempo a ave necrófaga, o Abutre Romeno.
Na viragem para o novo milénio, todas estas espécies de aves engordavam em Portugal à custa das sementes trazidas pelos ventos, que entretanto deixaram de soprar.
Cientistas famosos, como Cavaco Silva, António Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes,…e José Sócrates, sabendo que os ventos não voltavam, irresponsavelmente deixaram o Tuga Manso comer todo o alimento de forma descontrolada e sem garantir aprovisionamento! O Mocho Africano, o Melro Cigano, o Falcão Ucraniano e o Abutre Romeno, à falta de alimento têm sempre o Tuga Manso para bicar e este ao ficar sem recursos não tem outro remédio senão bicar outro da sua espécie!
Tuga Manso fica sem alimento, interage e relaciona-se com as outras aves mas já não procria. Está gordo… e dificilmente consegue voar… e para piorar a situação, em 2011 aparece um novo predador, o Coelho, que se movimenta a Passos largos. Os Coelhos aproveitam-se da fraca mobilidade dos Tuga Manso para os sodomizar. Assustados, os poucos que conseguem levantar voo, aproveitam para migrar enquanto têm o rabinho honrado, para destinos onde pensavam nunca mais voltar.
Em 2012, já não existem Tugas Mansos em território português. As outras aves penicam os restos que ficam e apanham outros ventos que transportam sementes para outros países!

Estamos em 2020, o Tuga Manso é uma ave rara que só existe em cativeiro, nos jardins zoológicos de Pequim e Luanda, e em Portugal a única forma de vida é agora um Coelho, que se diverte com um Tuga Manso insuflável!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

No meu tempo é que era!


Em nome da proteção do indivíduo, do pensamento politicamente correto e da necessidade de criar notícias, as reações das pessoas e instituições perante os mesmos comportamentos, no passado e no presente, são muito diferentes.
Se entrarmos no Delorean, o carro que viaja no tempo do filme “Regresso ao Futuro”, e viajarmos para o passado até ao momento em que quase tudo era diferente, a viagem é muito curta, semelhante a pegar no carro para irmos ao café que fica a 20 metros de nossa casa!
Quando era criança, uma boa parte das mães eram domésticas e por isso mais presentes, ao contrário das mães atuais, que para compensarem alguma ausência, com orgulho dizem que são a melhor amiga dos filhos(as). Mas no meu tempo a mãe era muito mais do que isso, eram amigas e educadoras, que nos tempos atuais se acrescenta o facto de serem profissionais e têm que ser giras e magras. Na escola os professores eram a extensão dos pais, assumindo igualmente um papel educador! Ai de mim se chegava a casa e dizia que a professora me tinha colocado de castigo, ele iria ser prolongado pela minha mãe, e agora, 30 anos depois, há sempre o risco do professor ter uma esperinha à porta da escola!
No meu tempo é que era!

 Ainda na escola, começamos a aprender a sobreviver à selva que são os relacionamentos, e não exagero quando utilizo o termo selva, porque assim o era. Se atualmente as criancinhas já usam as redes sociais e fazem “Likes” aos/às coleguinhas, no meu tempo trocávamos papeis com frases arcaicas, geralmente “Gosto de ti, gostas de mim?” com o pormenor de classe, dois quadrados, um para o “sim” e outro para o “não”, formas primitivas do que viria a ser o “Like”, (por segurança, apenas colocava o quadrado do “sim”). Os intervalos eram momentos de libertação da energia contida, devido à austeridade da professora. Eram aproveitados para grandes correrias sem sentido, como quando tiram a trela a um cão que está preso há muito tempo, para jogar futebol e para pregar uns milhos ao “tótó” da turma…o que na época era uma atividade para passar o tempo e a melhor forma de integração do “tótó”, agora chamam de “Bulling” e é noticia de abertura nos telejornais! Mas no fundo gostávamos do “tótó” e éramos amigos dele de uma forma que ele não entendia!
No meu tempo é que era!

As brincadeiras eram na rua com os nossos amigos reais. Durante anos não soube o que era ter o corpo sem feridas, principalmente por causa das futeboladas nas ruas de paralelo, onde as balizas eram duas pedras. Esta brincadeira fez-nos desenvolver capacidades visuais tremendas, semelhantes às do Robocop. Num remate a estas balizas de duas pedras, virtualmente víamos claramente postes e uma trave, e quando o adversário dizia “É golo”, com certeza conseguíamos contrapor dizendo “A mim não me enganas, foi ao poste!” ou “Passou por cima da trave!”…sem discussão o jogo continuava! Nessa altura tínhamos uma arma de eleição, a fisga, que nos tempos atuais se equipara a uma 6.35. A única diferença é que a fisga não matava…mas assustava! Hoje em dia os miúdos só jogam se o campo for relvado e se os pais os transportarem até lá e quando fazem um “dói-dói”, admirados perguntam, “O que é isto vermelho?”. Sou da geração Tom Sawyer e levar uma criança de hoje à criancice dos anos 80, seria o mesmo que levá-lo a um treino dos Comandos. O que no passado era o crescimento normal de uma criança, atualmente são as razões para tirar um filho aos pais!
No meu tempo é que era!

Na pré-adolescência apareceu o ZX Spectrum, e habituámos-nos a esperar às meias horas que o computador carregasse o jogo. Na mesma altura apercebemos-nos que algo de bizarro mas apetecível acontecia com as nossas amiguinhas, quase ao ponto de pensarmos em trocar um jogo de futebol para ficarmos com elas. Seus corpos ganhavam formas e já começavam a ser “chatinhas… Fugíamos feitos uns loucos quando apalpávamos partes delas, que não existiam no mês anterior!
Atualmente, durante o mesmo período de tempo, em que esperávamos que o Spectrum carregasse um jogo, os miúdos nas Playsation e PSP provocam 7 holocaustos e ainda não sabem que as raparigas são diferentes dos rapazes!
No meu tempo é que era!

A adolescência, dos agora trintões, era muito ocupada com as mulheres, pelo menos assim queríamos…não havia telemóveis e existia o compromisso. Podia conhecer hoje uma”menina” de Braga e combinar um cafézinho daqui a 4 dias, no café “Central”, e à hora aparecíamos no sítio combinado, ao contrário dos adolescentes de hoje que, com as facilidades de comunicação, desmarcam encontros 5 minutos antes de acontecerem e encontram-se em casa, cada um na sua, e convivem ao computador enquanto apalpam… um écran…Abri os olhos rapazes!!!
Sou do tempo em que se escrevia cartas e postais e ficava duas semanas à espera de resposta, quando hoje tudo está ao alcance de uma mensagem por telemóvel ou computador.
Para mim, a maior revolução não foi o 25 de Abril nem a Perestroika, foi o aparecimento do “Correio Azul”, que encurtou o tempo de espera para uma semana e em alguns casos para 3 dias, caso “ela” disponibilizasse mais uns escudos para igualmente responder em “Correio Azul”! Fui arrastado para as novas tecnologias para não me perder no tempo, mas tudo é tão presente que sinto que o passado foi na semana passada e tudo mudou na segunda-feira! Ainda me sinto com um pé no domingo e não quero que de lá saia, não quero perder o passado, ajuda-me a entender as mesmas coisas de forma diferente!

No meu tempo é que era…ou não!  

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Bandeira ao contrário!


A Constituição é clara quanto há penalização das pessoas e instituições, pelo desrespeito dos símbolos e Bandeira nacionais.
O desconhecimento desta alínea faz com que as pessoas tenham comentários jucosos e injustos sobre algumas personalidades, principalmente quando dizem que parece que não temos Presidente da República ou se o temos é ausente…ele não aparece, não fala, não vai a festas, não telefona,…!
A estas pessoas, a quem eu chamo de ignorantes, quando têm a sorte de se cruzarem em conversa comigo, rapidamente esclareço:
- O Presidente não pode falar, está preso! Içam a bandeira ao contrário e dá nisto!
- E o Presidente da Câmara de Lisboa, não devia estar também?! -  perguntam.
- Não, esse não! Esse senhor é boa pessoa! – respondo e prossigo – O Toninho Costa, para poupar os contribuintes de Lisboa da conta da lavandaria, pediu ao senhor Tavares, funcionário da Câmara, para levar a Bandeira Nacional para casa e a sua Maria lavou-A e dobrou-A!
- E então! O Toninho devia ser preso! – insistem, “ignorantemente”.
- Nããããão!!! Presos estão o PR, o Sr. Tavares e a Dona Maria! O Toninho Costa cumpriu a sua parte no castigo, que foi insultar o Sr. Tavares e a Dona Maria, numa visita à prisão! – respondo.
Não gostei de ver a bandeira içada ao contrário, mas gostava de ver o país do avesso. Não confundir esta frase com a vontade de uma revolução armada ou violenta, mas sim com uma revolução nos comportamentos:
- Na Assembleia da República, em vez dos insultos habituais e arremesso de pedras uns aos outros enquanto todos se abrigam em telhados de vidro, gostava que o discurso fosse outro, ao estilo bem-educado e colaboracionista: “Ó Sr. Deputado do partido que não aprecio, você é uma excelente pessoa, mas discordo do que disse, mas estou disposto e disponível, para em conjunto, vermos a melhor solução para os portugueses!
- Na estrada, estarmos atentos aos outros e não atropelarmos a velhinha que já está no meio da estrada, porque temos a razão de ela estar fora da passadeira!
- Na amizade, sermos sinceros, sem ser brutos, e se gostamos da mesma miúda, ela que arranje outro! Nós vamos beber umas cervejolas e miúdas para nos apaixonarmos há muitas!
- No futebol, se o árbitro marca de forma escandalosa um penalty que não existe, a razão não se dever a suborno mas sim à plena sensação de que estava a ajuizar bem, e com chave de ouro, ver as claques a entoar cânticos de apoio ao juiz, do estilo: “Árbitro fofinho, olé! Para a próxima vês melhor, olé, olé…!”
- Nos relacionamentos, sentirmos-nos bem, porque os outros estão bem! Isto é um sinal da descoberta da felicidade de dar…!
- Nos negócios, a “palavra de honra” ser a mais importante “assinatura”, mais valiosa do que as leis!
- No trabalho, fazer por merecer, em vez de pedir primeiro para ver se fazemos a seguir!
-Na Justiça, defender-se a vítima em vez do ladrãozinho que assaltou a casa e cortou a mãozinha ao partir o vidro, porque a vítima é cuidadosa e trancou a porta e janelas e propositadamente dificultou o assalto!!!

Estas coisas, em alguns países aplicam-se, mas no nosso…!!!
Há pouquíssimo tempo num café, na mesa ao lado onde estava sentado, um indivíduo contava aos outros que tinha feito uma vigarice e o aldrabado caiu como um “pato”, acreditando-se na palavra do aldrabão! A reação de quem ouvia foi “És o maior, és mesmo fino!”. Assisti ao vivo e gratuitamente à glorificação do “chico espertismo” e fiquei de tal forma embriagado com a cena que no fim exclamei “Amén!”.
Cheguei novamente à conclusão de que vivemos num país infestado de finórios e golpistas, e é desta linhagem que descende a classe política…os outros, que são honestos e acreditam na palavra do seu semelhante, são os “patos!

Nós não somo vítimas, somos cúmplices, em medidas diferentes, da bandeira ter sido hasteada ao contrário! 

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Gaspar é Deus??!!


E Deus criou o céu, a terra, a luz, o mar, a noite, o dia, a lua, o sol, as criaturas e depois, do pó criou o homem à sua imagem…Deus olhava para a sua criação e via-a perfeita! O homem foi colocado no “Éden”, um jardim no oriente com toda a espécie de árvores de fruto para seu alimento.
Num determinado dia, Deus, certamente aborrecido sem ter nada que fazer, aproveitou o sono profundo do homem, e da sua costela criou a mulher. Esta atitude ao estilo “TSU” iria trazer consequências imprevisíveis, pondo em causa o monoteísmo!
O homem acorda e vê, sentado a olhar para ele, um ser semelhante, mas com duas elevações no peito e sem pénis, algo que ele possuía e que até aquele momento apenas lhe servia para urinar.
Deus disse, “Adão, esta é a Eva e está aqui para te servir! Lembrai-vos, podeis comer de tudo, menos daquela árvore, a árvore do conhecimento!”.
Como já não estavam sós, Adão e Eva colocaram umas folhas nas partes íntimas da marca “Parra”, que daria origem a “Prada”, a mais antiga marca da humanidade, com patente registada em Génesis 1:1, e assumem um relacionamento amoroso, dando origem à segunda mais antiga atividade empresarial, a família! Dizer que a prostituição é a mais antiga, é um embuste, pela clara falta de clientela!
Ainda sem contas para pagar e mesmo já tendo ouvido do próprio Deus, Adão alertava Eva todos os dias, “Miúda, lembra-te, não comas daquela árvore!”. “Que chato, eu sei!”, respondia ela!
Poucos dias depois, ao passar próximo da árvore do conhecimento, Adão vê Eva a comer uma maça!
- Nãããão! Sua louca, com tanta árvore com frutos, tinhas que vir a esta?!
- Apeteceu-me! O que é que querias?
- Que comesse das outras, menos desta! – responde Adão.
- Olha, não sei, apeteceu-me desta!!! – contra responde Eva.
Esta é a mais antiga caraterística genética da humanidade, que ainda hoje permanece imutável nas mulheres! O que mudou foi a árvore e a maçã, tendo sido substituídas pelas sapatarias e pelo novo par de botas, a casa das malas e a nova “Louis Vuitton”,…!
Deus expulsou-a do Paraíso pelo erro e Adão levou por tabela. Ao ver esta injustiça, Deus pensou melhor e decidiu castigar um pouco mais a Eva aplicando-lhe a menstruação. Situação desagradável para ela durante uma semana, e desgastante para o Adão durante três; a semana antes do periodo em que Eva começa a ficar chata, a semana do periodo, por razões óbvias e a semana posterior, simplesmente porque teve o periodo!!! Vá-se lá entender a Eva e Deus…e mais uma vez o Adão leva por tabela!
Deus já estava a meter um pouco os pés pelas mãos e decide então criar o Inferno, colocando como gerente o seu anjo caido em desgraça, o Diabo…agora não iria falhar, só quem pecasse iria lá parar! Um a um, os políticos começaram a lá cair. Se o Inferno e o Céu fossem estabelecimentos de diversão noturna, o Inferno seria a discoteca que estava a dar…mas os políticos como conheciam o porteiro, conseguiam sair! Azar!
Mais uma vez a medida de Deus não resultou e o inferno é agora cada vez mais a vida no país do Gaspar. País onde os portugueses abriram as portas do “Paraíso” à classe política e por causa destes, o “Adão” continua a levar por tabela!
Apesar de tudo, a Mulher, foi a melhor criação de Alguém! Mulher é mãe, Mulher é companheira, já Gaspar é…é…é…é…é…Gaspar é…é…é…Gaspar é…ah, ah, ah, ah…é, é,…